sábado, 2 de agosto de 2014

Experiência com empresa de recrutamento

Eu, a Ami e o Víctor. Amigos que me deram alojamento nesta ida a Londres. Um obrigado especial!
Como prometido, aqui estou eu novamente, para vos falar da minha experiência com uma empresa de recrutamento. Estando eu um pouco perdido nestas andanças, pedi alguns conselhos a amigos meus que já tinham emigrado. Recomendaram-me esta empresa de recrutamento pela boa experiência que tiveram. Pois bem, entrei em contacto com eles e logo de início se mostraram muito prestáveis e atenciosos. Colocaram-me algumas questões acerca da minha experiência enquanto profissional e área preferencial de trabalho.
Queriam que lhes dissesse quais as minhas intervenções autónomas e interdependentes, na área em que trabalhava. Informação concreta para elaborarem um currículo o mais pormenorizado possível, já que, a prática de enfermagem é bastante diferente no Reino Unido.
Começaram a surgir as primeiras ofertas e, sempre que surgia alguma que me poderia interessar, eles entravam em contacto comigo para confirmar se poderiam enviar o meu CV.

Sentia que as coisas estavam encaminhadas, até ao dia em que enviei um e-mail ao agente da empresa que acompanhava a minha situação. Para meu espanto, recebo resposta de uma outra agente dois dias depois, a comunicar que ele estaria doente e que, a partir daqui, seria ela a tratar do assunto. Era uma senhora bastante expansiva e extrovertida (pelo menos ao telefone) que nem se deu ao trabalho de conferir as minhas preferências de especialidade ou local. Ía ser uma festa! Não pusesse eu travão na mulher e estava referenciado para umas quantas ofertas que não me interessavam (quer em termos salariais quer em termos de especialidade). Era notório que recebia à comissão e, se para ela qualquer coisa servia, para mim também deveria ser assim. (Óbvio que não me apercebi logo da coisa)
A coisa compôs-se e fui referenciado para três propostas. Restava esperar que me chamassem para entrevista (e que espera...dizem que temos muitos feriados...não imaginam os feriados que estes tipos têm!!!)

Era terça-feira por volta das 9:30 e toca o telemóvel! Era da agência. Queriam saber se poderia estar lá na quinta-feira. Como nestas coisas não podemos ser esquisitos pedi até às 12h para dar uma resposta. Estava a trabalhar. Iria ter que conseguir trocar turnos, marcar voo...muito jogo de cintura mas lá se arranjou. Quando ligam a confirmar tinha tudo orientado mas... ingenuidade a minha...seria para realizar as três entrevistas na quinta-feira??? Não era só uma. Se a coisa corresse mal teria que voltar a passar pelo mesmo e voltar a gastar o dinheiro num voo (não propriamente baratos quando marcados em cima da hora para não falar do erro de marcar a volta para o dia da entrevista...incha mais 100€) Falei com eles e ficaram de tentar marcar outras entrevistas para o mesmo dia.

Chegado a Londres, em dia de greve de metro, era o CAOS. Ía conhecer a tão famosa senhora da agência de recrutamento. Fiquei hospedado na casa de amigos e fui com uma amiga, até à dita agência. Umas quantas horas para conseguir chegar devido à greve. Entramos no edifício e, quando conheci a agente responsável pelo meu processo, compreendi tudo. Era uma senhora dos seus trintas e muitos, bastante expansiva de facto e que, parecia muito bem integrada na cultura britânica, pelo menos no que se refere a álcool e regabofe. Foi uma viagem desperdiçada, sem nenhuma informação nova e no final resumiu-se à esperança de que surgisse pelo menos, mais uma entrevista. Muitas graçolas pelo meio e uns comentários do tipo - Vai para casa praticar com a tua amiga para a entrevista de amanhã. - Bebe uns copos de vinho para descontrair!!! (Bem, pelo menos vim de lá bem mais descontraído, tal não foram os comentários acerca da personagem, com a minha amiga no regresso a casa).

Nessa mesma noite recebi o esperado e-mail. Uma nova entrevista no dia seguinte.

Dia das entrevistas
Aperaltei-me todo para fazer boa figura e lá fui eu, com as pernas bambas, como se fosse para a forca. Não que não estivesse seguro, mas o facto de não me conseguir expressar fluentemente causava algum pânico.
Cheguei à primeira entrevista e, depois de um longo questionário sobre situações práticas e menos práticas sou confrontado com um erro no CV. Um mal entendido. A agência dizia que eu tinha mais experiência do que aquela que de facto tinha, na área para a qual me propunha. "A bota não batia com a perdigota". Vi logo que a coisa ía correr mal para o meu lado. Terminou a entrevista, despedi-me e fui almoçar.

Segunda entrevista. Ía cheio de confiança, afinal de contas, já não era a primeira. Uma unidade tal qual aquela em que trabalhava... O mesmo estilo de entrevista. Nada podia correr mal mas de facto, correu. O nome da unidade que constava do currículo não correspondia com a área em que trabalhava em Portugal, tendo mesmo sido confrontado com a pergunta - Não foi o senhor que fez o seu CV? Limitei-me a ser sincero (eles fizeram o meu CV) e fazer figas para que o erro da empresa de recrutamento não me fosse prejudicial.

Regressei a Portugal e recebi dois redondos NÃO. A agente não entendia: - O que correu mal? -Mas a sua experiência - Não percebo? -Logo que surja algo novo eu informo (- A minha bela comissão! - devia pensar ela no seu âmago)

A partir daí as ofertas foram menos interessantes e tive a clara impressão de que me era oferecido qualquer coisa. Ela percebeu o meu desinteresse quando a informei que iria começar a procurar autonomamente, através do site do NHS - National Health Service. Não voltou a entrar em contacto comigo com novas ofertas.

No site do NHS, tratei do meu CV, escolhi o que me assentava melhor em termos de preferência, fui à entrevista e fiquei!!



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