terça-feira, 5 de agosto de 2014

Burocracias, rescisão, mudanças e preparação

Após ter ficado com o lugar no Charing Cross Hospital, dirigi-me ao departamento de recursos humanos onde deixei cópias de alguns documentos, para assim dar início ao processo de contratação. (Comprovativos de morada, cópia do passaporte e cópia do PIN do NMC). Passadas duas semanas, com uns feriados pelo meio, recebi um e-mail onde me era apresentado um contrato de trabalho tipo, me era pedido para preencher alguns formulários, como o generic functional requirements form (para atestar que estava completamente capaz e não tinha nenhuma necessidade especial) e o joining pack (informação biográfica, emprego prévio e questões sobre segurança social). Foi-me pedido também que enviasse o registo criminal para fazerem algo a que chamam "Identity Check" e que, segundo me foi explicado, serve para confirmar que toda a informação por mim facultada é verdadeira.
Após esta confirmação, tinha carta branca para realizar a rescisão de contrato com a entidade patronal, em Lisboa. Entreguei a carta no dia 10 de Junho, com efeitos a partir de dia 11 e, a partir desta data iniciei a contagem decrescente para os dois meses que tinha que dar à instituição. 
No dia 14 de Julho deixava o hospital. Deixava alguns amigos e colegas de trabalho, que estiveram comigo desde o início. Se querem saber a verdade, a despedida não soube a despedida. Foi como se a qualquer momento pudesse voltar para mais um turno. O passar destas semanas, traduziu-se em férias e ainda não tive oportunidade para sentir saudades!! Parece-me que isso fica para mais tarde. Para quando puser os pés nas terras de sua Majestade.
Por outro lado, o ambiente que se vive naquele serviço e que me arrisco a dizer, ser transversal a todo o hospital e a todas as classes profissionais, fez com que este afastamento fosse como uma profunda inspiração após ter estado submerso por vários segundos nas profundezas do oceano.
Agendei a minha ida para Londres para 25 de Agosto e tratei do alojamento, que inicialmente será a residência do hospital, caso a situação se proporcione pois existe uma lista de espera e ainda estou à espera de uma resposta.
Como não gosto de deixar para amanhã o que posso fazer hoje, ainda não tinha deixado o hospital e já empacotava, desmontava, arrumava, limpava e tudo o resto que envolvem as mudanças.
Preparava-me para a minha 12ª mudança de residência, desde que nasci. Claro que não me lembro de todas mas, as recentes chegavam para saber o que me esperava. Oito anos foram suficientes para gerar uma pequena montureira de tralha. A verdade é que também tenho alguma dificuldade em desfazer-me de coisas que não servem para nada mas que, por um motivo ou por outro, me trazem à memória alguma recordação especial. E aí sim, veio a nostalgia. Mas é também nestas alturas, que cumprido o luto de algumas delas, as ponho no lixo.
Posso dizer-vos que já trouxe dois carregamentos, no meu quase morto, Opel Corsa (que se portou muito bem) e que ainda lá ficou pelo menos mais um.
Como preparação uns livros em inglês (técnicos e não só) para aumentar o léxico e avivar a memória. Uns outros sobre Londres e os ingleses (recomendo "Bifes mal passados" para quem procura uma leitura leve e bem disposta, com algum sarcasmo, acerca dos nossos amigos ingleses e escrito por um português radicado lá há vários anos e "Histórias de Londres" um tipo de leitura mais séria por um, na altura, correspondente do El Pais) para saber o que me espera.
Agora estou de férias, no pleno sentido da palavra e assim será até ao dia 17 de Agosto, quando regresso a Lisboa para os últimos preparativos, não obstante tenho algumas preocupações como sendo o alojamento e os limite de 20Kg de bagagem. Afinal de contas, não vou de férias e não tenho data para regressar...

O meu muito obrigado, a todos aqueles que de uma forma ou de outra, me ajudam neste caminho novo que estou a percorrer, desconhecido para mim mas já trilhado por outros. Foram incansáveis e sempre disponíveis.

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